Eu moro em Patos de Minas desde os 5 anos de idade. Na minha cidade você pode ser patense, patureba ou patife.
Quase sempre tem pão de queijo quentinho na casa de alguma avó. É tradição ter a família toda reunida no alpendre em um feriado, logo depois de se empanturrar todo com o almoço.
Aqui em Patos você pode pegar roupas na "condicional", levar para casa, experimentar e se não gostar de nenhuma, pode devolver. Ou ainda pode "assinar notinha" e pagar depois. Mas só acontece nas lojas mais "tradicionais", aquelas que as donas foram colegas de escola da sua mãe.
Aqui, a gente come jabuticaba "orgânica", não porque tá na moda, mas porque sempre tem algum parente que tem uma jabuticabeira em casa. E quando a fartura é grande, tem jabuticaba pra vizinhança toda. Ainda ganhamos limão, laranja, quiabo ou banana que o compadre trouxe da roça.
Em Patos xarope para tosse, é aquele caseiro mesmo, com a receita da amiga da avó. Sempre tem gosto ruim, mas dá certo.
Tem gente que vai morar em outra cidade e quando volta para visitar se acha mais importante, com o nariz empinado até na hora de comprar pão. E ainda diz que "mora fora".
Os amigos se encontram, na maioria das vezes, para fazer churrasco. Por isso, sempre tem uma carninha assando em alguma casa.
No nosso país, dizem que o ano começa depois do carnaval. Aqui, começa mesmo é depois da Festa do Milho; e há quem diga que é a melhor e maior festa da região.
Uma cidade cheia de histórias, cheia de personagens naturalmente folclóricos. Tem apelido que vira nome, tem lugar que vira tradição. E a primeira impressão é o aconchego espontaneamente mineiro.
P.S.: Post especial pelo aniversário de 124 anos de Patos de Minas.