Em um dia de semana, entre os videos recomendados no youtube, apareceu um com o título "Fast Food é Droga?", com a participação da Paola Carosella, eu achei o título chamativo e eu fui assistir de curiosidade. O vídeo é muito informativo e bem interessante sobre a indústria alimentícia, com um assunto que "todo mundo sabe" que faz mal, mas continua comendo.
No vídeo o assunto principal é a alimentação com fast food, mas citam o livro Sugar Blues, escrito em 1996, e como ele fala sobre a indústria e a realidade do quanto o excesso de açúcar pode fazer mal, e que o açúcar vicia mais que qualquer outro tipo de droga. E lá fui eu procurar o livro para ler, pois eu já tinha ouvido falar que o açúcar vicia, mas nunca tinha parado para realmente pensar nisso.
Sugar: Açúcar. Sacarose refinada, produzida pelo múltiplo processamento químico do suco da cana-de-açúcar ou da beterraba e pela remoção de toda fibra e proteína, que representa 90% da planta.
Blues: Um estado de depressão ou melancolia revestido de medo, ansiedade e desconforto físico.
Sugar Blues: Múltiplas penúrias físicas e mentais causadas pelo consumo da sacarose refinada, comumente chamada de açúcar.
Na verdade, me interessei pelo livro pois o meu vício em açúcar é algo tão grande que passei a me sentir incomodada com a necessidade que eu tenho em comer algo doce. E não estou exagerando, é realmente um vício, na maioria dos dias eu me sinto inquieta enquanto não saio e compro um chocolate, um pedaço de bolo ou qualquer outro doce na padaria. E normalmente, essa vontade acontece logo após o almoço.
Acho que foi por isso que me identifiquei tanto com o autor do livro, pois ele relata que nada gerava mais prazer que comer um doce.
Durante a minha adolescência, tive a minha pele sempre ruim, com muita acne e enxaquecas constantes. A indisposição sempre foi algo presente. E sempre após as refeições, não importando o quão satisfeita eu estava, sempre tinha espaço para um doce.
E o autor relata algo que me fez perceber que todos esses "problemas" que eu tinha na adolescência poderia ser resultado do excesso de açúcar. Porque ele teve pele ruim, hemorroida e pneumonia, que remédio nenhum conseguia curar. E quando ele passou um tempo no exército, sem consumir açúcar, não esteve doente. Mas quando voltou aos Estados Unidos, surgiram doenças ainda piores, incluindo enxaquecas, mas nenhuma com causas comprovadas.
Foi quando o autor leu um livrinho em que falava sobre a possibilidade do açúcar causar algumas doenças e ele decidiu jogar fora os alimentos que continham açúcar e não sobrou quase nada na dispensa.
Depois de 48 horas, ocorreu a abstinência. Nos dias seguintes, as hemorroidas não estavam mais presentes, a pele estava mais saudável e tinha mais disposição.
Em cinco meses sem açúcar, o autor passa de 102kg para 67kg.
Em seguida, fala sobre a origem e relata um breve histórico sobre a indústria do açúcar.
Depois, fala sobre como o nosso corpo reage ao açúcar ingerido. Resumindo:
- Ingestão do açúcar refinado (sacarose).
- Sacarose vai para o intestino e vira glicose.
- Glicose é absorvida pelo sangue.
- O corpo produz insulina para diminuir a glicose.
- As glândulas supra-renais possuem um papel importante nesses processos, para que o equilíbrio de glicose no corpo seja mantido.
- Enquanto a glicose está sendo absorvida pelo sangue, nos sentimos eufóricos.
- No entanto, essa onda de energia hipotecada é sucedida por períodos de depressão, quando o nível de glicose no sangue cai, ficamos apáticos, cansados.
E então ele fala sobre algumas substituições graduais do açúcar, dando opções de alimentos para mudar esse vício.
Foi aí que eu pensei que a minha indisposição constante não estava tão relacionada a pressão baixa como eu pensava, mas poderia estar relacionada ao excesso de açúcar que eu estava acostumada a consumir.
O livro é muito bom, mesmo a leitura sendo um pouco cansativa as vezes. Ajuda bastante a pensar que o açúcar pode ser o vilão de muitas doenças, não somente diabetes.
Depois de tanto aprendizado, estou determinada a diminuir a quantidade de açúcar que eu consumo, não apenas por causa desse livro, mas para conseguir não ser tão dependente desses desejos incontroláveis.